Fritz Lang, Frau im mond

Fritz Kahn, O livro da natureza.

«Caso algum dia no próximo século desembarcarem os primeiros homens na Lua, eles não vão
exclamarAhs! e Ohs!..».
«…Não existe ar na Lua, havendo impossibilidade de som, portanto. Seria possível ficar perto de um canhão e não ouvir seu tiro.
Não se pode fazer gestos, pois a força de atração da lua é tão leve, que um movimento de braço atira o homem a metros de distância, obrigado-o a tropeçar. É
impossível respirar, sendo necessário trazer aparelhos de oxigênio. Seria necessário trazer a atmosfera e a sua pressão usando escafandros, pois se está em pleno vácuo. A luz ofuscante impõe óculos bastante escuros, elevando-se a temperatura a 100º. As sombras são de um negro profundo e sem transição, a temperatura na sombra é 200º mais baixa, pois não existe ar para equilibrá-la.
Seria impossível estender um braço, pois ele queimaria nos pontos iluminados e regelaria em pontos sombreados. Um aparelho fotográfico estalaria nas mãos como se fosse vidro. O firmamento é preto como um corvo, pois o azul do céu terrestre é uma ilusão produzida pela dispersão de raios na atmosfera. Pelo mesmo motivo o Sol não brilha…»
«…Como a Lua leva um mês para contornar o Sol, esse parece estar parado. Ela leva 14 dias de horizonte para horizonte. Ao lado dela vêem-se estrelas, mas não cintilantes e sim pontos nítidos…»
«… Como para nós a Lua, no céu da Lua está a Terra sob a forma de um disco 16 vezes maior, e como para nós a lua, de acordo com a posição do Sol mostra-se sob a forma de foice ou círculo. A Terra não modifica sua posição no firmamento lunar, mas em cada 24 horas dá uma volta em torno de si mesma. …»
«… Os mares se distinguem nitidamente dos continentes, os desertos mostram-se
amarelos, as grandes regiões florestais escuras, as extremidades polares brancas…
«…Depois de os homens se fartarem de contemplar as generalidades, eles se dedicarão ao estudo dos pormenores. Coleccionarão exemplares de pedras; subirão as montanhas, viajarão pelos mares, que não são mares e sim desertos e com isso começará a Lunografia…Não será nenhum prazer permanecer nessa região desolada que é tão morta como um panorama de gesso. Será com saudade que os viajantes da Lua
erguerão os olhos para o grande globo por cima deles, pensando em seus mares azuis, os seus ventos, nuvens, clima, a neve das montanhas altas e os verdes prados dos vales. Lembrar-se-ão dos rios, florestas, flores, animais, do canto dos pássaros e dos homens que se acham ali, livres de quaisquer armaduras, passeando e conversando uns com os outros, e os mesmos versos que no período romântico se dedicaram a Lua serão dirigidos à Terra….»

«…Ah! É lá da pátria de todos os nossos desejos!É lá que o amor está em casa e mora a felicidade.Dela nos ilumina e nos olha comtristeza,Porque ainda estamos aqui…» 1952

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