No início havia a Nammu– a deusa- Mar Primordial.
Dele foi produzida a Montanha Cósmica e separado o céu pelos deuses. Num palácio subaquático reinava Enki– o deus da sabedoria que se fazia acompanhar da serpente.
O abismo- abzu– abençoou os bois, as aves, os pássaros, os juncos, as prata, o ouro, e os seres humanos da Montanha Negra.
Foi ele quem fixou as normas do mar, quem regulou os ventos, quem nomeou o deus das trovoadas e tempestades, do mesmo modo que se ocupou do ensino da lavoura e da construção das cidades.
No mais profundo das suas águas continuou guardada a planta da vida eterna.
Epopeia de Gilgamesh séc. VII aC.
Túmulo do mergulhador, Paestum, c. 450 aC .
O morto da tumba grega ou etrusca não espera pelo barqueiro do rio do esquecimento – lança-se do alto das colunas do Fim do mundo, nas águas acolhedoras da Eternidade.